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O mercado de Títulos Públicos

O investimento em títulos públicos é um investimento em renda fixa, mas isso não quer dizer que os preços e taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto não apresentem oscilação ao longo do tempo. 

 

Oscilação do preço do título público

Entre a data de compra e a data de vencimento, o preço do título flutua em função das condições do mercado e das expectativas quanto ao comportamento das taxas de juros futuras. Uma redução nas taxas de juros de mercado em relação à taxa de compra do título provocará aumento no valor do título. Já um aumento nas taxas de juros proporciona o efeito contrário. 

 

Marcação a mercado

O valor do título na carteira do investidor é atualizado considerando essas variações. O título é atualizado de acordo com o valor que ele é negociado no mercado secundário no momento, procedimento conhecido como marcação a mercado. Desta forma, havendo queda nos preços negociados no mercado, o saldo do investidor cairá. Por outro lado, se houver valorização do título, o saldo do investidor irá se elevar.

Essa é a mesma mecânica dos fundos de investimento, que fazem a marcação a mercado de seus ativos, com base em recomendação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de valores mobiliários.

 

Rentabilidade

Se o investidor permanecer com os títulos públicos em carteira até a sua data de vencimento, receberá o valor correspondente à rentabilidade pactuada no momento da compra, independente das variações de preço do título ao longo da aplicação.

Entretanto, no caso da venda antecipada, o Tesouro Nacional recompra o título com base em seu valor de mercado. Logo, na venda antes do vencimento, o retorno da aplicação poderá ser diferente da acordada no momento da compra, dependendo do preço do título no momento em que o investidor decidir vender o título.

Exemplo: Um investidor compra uma LTN (Letra do Tesouro Nacional) com vencimento em 1° de janeiro de 2009 no dia 19 de dezembro de 2006, a um preço de R$ 788,11 e a uma taxa de R$ 12,46%. Suponha que ele decida vender esse título antecipadamente, no dia 18 de feveiro de 2008. Nesta data, o preço do título é de R$ 906, 05. Sob essas condições, a rentabilidade obtida pelo investidor com a venda antecipada seria equivalente a uma taxa de 12,93% ao ano, pouco superior, portanto, àquela contratada no momento da compra.

Logo, na venda antes do vencimento, o retorno da aplicação poderá ser diferente da acordada no momento da compra, dependendo do preço do título no momento em que o investidor decidir vender o título. No exemplo apresentado, o investidor obteve uma taxa bruta de rentabilidade (12,93% ao ano) maior que a contratada no momento da compra (12,46% ao ano), mas ela também poderá ser menor que a contratada, a depender das condições do mercado no momento da venda.

 

Preço x Prazo

Outro fator que a afeta o preço é o prazo. Quanto maior o prazo para o vencimento, mais sensível é o preço do título às alterações nas taxas de juros ou prêmios. Como o preço do título é o valor presente do fluxo descontado a uma taxa, para títulos do mesmo tipo, quanto maior o prazo até o vencimento, mais o preço (valor presente do fluxo) varia quando há alteração nas taxas de juros. Para aumentos iguais nas taxas de juros, o título com maior prazo até o vencimento tem alterações no preço de forma mais intensa.

Assim, papéis de curto prazo têm menor volatilidade de preço, mas têm maior risco de reinvestimento.

Exemplo: Suponha que existam dois títulos, sendo o primeiro a 1 ano do seu vencimento e o segundo a 2 anos, ambos com a mesma taxa de juros. Se o investidor preferisse comprar o título com 1 ano e no seu vencimento comprar outro de 1 ano, ele pode não encontrar o título com as mesmas taxas. Este é um trade-off que o investidor deve assumir: fazer a sua melhor escolha entre volatilidade versus risco de reinvestimento.

 

Risco

Não é possível ao Tesouro Nacional afirmar se o investidor obterá ganho ou perda financeira no caso de venda antecipada, pois isso dependerá das condições de mercado na referida data de venda.

Vale ressaltar, entretanto, que se o investidor permanecer com os títulos até a sua data de vencimento, receberá o valor correspondente à rentabilidade pactuada no momento da compra, independente das variações de preço do título ao longo da aplicação.

 

Tesouro Direto

Em 7 de janeiro de 2002, o Tesouro Nacional, em conjunto com a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) criou o Tesouro Direto, programa que possibilita a aquisição de títulos públicos por pessoas físicas diretamente pela Internet. O Tesouro Direto tem como objetivos:

- democratizar o acesso para investimentos em títulos federais;

- incentivar a formação de poupança de longo prazo; e

- fornecer informações sobre a administração e a estrutura da dívida pública federal brasileira.

Anteriormente à criação do Tesouro Direto, o investidor só podia comprar títulos públicos indiretamente pela aquisição de cotas de fundos de investimento. Neste tipo de investimento, as instituições financeiras funcionam como intermediários ao adquirirem os títulos públicos, que compõem as carteiras dos fundos, com os recursos oriundos de suas aplicações. No caso do Tesouro Direto, você pode comprar diretamente os títulos que desejar, com redução do custo de intermediação.

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